terça-feira, fevereiro 06, 2007

Esclarecimento – Notícia do Jornal de Notícias
ERVEDUS E não ERVEDOS

A notícia refere que os Narcisos (Narcissus scaberulus) estão extintos. Informação que não corresponde de todo com a realidade e nem foi adiantada pela ERVEDUS.

Os Narcissus scaberulu florescem em Fevereiro/Março e encontram classificados como flora em risco (ver “post” seguinte).

A informação prestada ao JN (Jornal de Notícias) indicava que o único local onde se poderiam avistar Toupeiras-de-Água era a montante da Ponte da Atalhada. Mas como o local se encontra totalmente destruído e poluído elas já lá não se avistam.

As Lontras encontram-se ao longo de todas as linhas de água do Sítio do Carregal. E certo que a sua quantidade é cada vez menor.

Ambas as espécies necessitam que a qualidade da água esteja boa e são muito sensíveis a perturbações humanas.

Escusado será dizer que a associação se chama ERVEDUS e não ERVEDOS.

Aproveitamos para lançar dois desafios a todos os visitantes do nosso blog:
- Lerem atentamente o “post” seguinte.
- Enviarem com a maior urgência um email com os vossos dados (nome, morada, telefone e email) para que em breve sejam organizadas visitas guiadas aos Narcissus scaberulu.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Extracção de inertes Crime Ambiental?!
Sítio do Carregal - Rede Natura

DATA E DIPLOMA DE CLASSIFICAÇÃO
Resolução do Conselho de Ministros n.º 142/97 de 28 de Agosto

ÁREA
9 554 ha

CÓDIGOS NUT
PT124 – Pinhal Interior Norte - 70 %
PT125 - Dão-Lafões - 15 %
PT127 - Serra da Estrela - 15 %

CONCELHOS ENVOLVIDOS

CONCELHO

ÁREA (ha)

% DO CONCELHO

CLASSIFICADO

% DO SÍTIO NO

CONCELHO

Carregal do Sal

1476

13 %

15 %

Oliveira do Hospital

6576

28 %

69 %

Seia

1125

3 %

12 %

Tábua

377

2 %

4 %


CARACTERIZAÇÃO

O Sítio é composto por elevações graníticas, entrecortadas por linhas de água, algumas encaixadas, onde se salientam o rio Mondego e o seu afluente rio Seia, bem como o rio Cobral, afluente do Seia.

Nas vertentes de máximo declive dos rios Mondego, Seia e Cobral, assim como nas linhas de festo adjacentes, encontramos os solos mais degradados ou incipientes, que suportam uma vegetação arbustiva dominada por giesta branca(Cytisus multiflorus), e afloramentos graníticos em abundância.

Este tipo de solos e os afloramentos graníticos constituem o habitat preferencial de Narcissus scaberulus, um endemismo lusitano, cuja ocorrência é exclusiva deste Sítio.

O Sítio Carregal do Sal é ainda importante para a conservação da salamandra lusitânica(Chioglossa lusitanica), espécie vulnerável, endémica da Península Ibérica, que ocorre em ecossistemas ribeirinhos.


FACTORES DE AMEAÇA

As ameaças mais relevantes estão associadas aos incêndios florestais, à desmatações não selectiva no pinhal, à degradação da qualidade da água e à perturbação humana.


ORIENTAÇÕES DE GESTÃO

- Prioridade na redução do risco de incêndios florestais

- Adopção de práticas silvícolas adequadas

- Promoção da qualidade da água

- Manutenção da naturalidade das margens

- Condicionar a expansão urbano-turística nas áreas mais sensíveis


ESPÉCIES

Narcissus scaberulus - Narcisso-do-Mondego

Chondrostoma polylepis - Boga-comum

Rutilus macrolepidotus - Ruivaco

Chioglossa lusitanica - Salamandra-lusitânica

Lacerta schreiberi - Lagarto-de-água

Galemys pyrenaicus - Toupeira-de-água

Lutra lutra - Lontra, Lontra-europeia



Narcissus scaberulus
Narcisso-do-Mondego

Orientações de gestão


- Monitorizar as populações da espécie e a expansão de áreas florestais,na área de ocupação da espécie, por foto

- Interpretação, ou outro método de detecção remota, com uma periodicidade de 10 anos.

- Condicionar alterações de uso do solo, nomeadamente por florestação.

- Condicionar pastoreio com caprinos.

- Interditar a exploração de pedra nos locais mais relevantes para espécie.

- Preservar os maciços rochosos e habitats rupícolas associados.

O Sítio Carregal do Sal foi delimitado fundamentalmente devido à presença de Narcissus scaberulus.

Está em elaboração uma proposta técnica para o Plano de Gestão do Sítio Carregal do Sal no âmbito do Projecto LIFE - Plano Nacional de Conservação da Flora em Perigo.

http://www.icn.pt/pnc_flora_perigo/page4.htm


Chondrostoma polylepis
Boga-comum

Rutilus macrolepidotus
Ruivaco
Chioglossa lusitanica
Salamandra-lusitânica

Ameaças:

- A destruição da vegetação ripícola autóctone e áreas circundantes aos ribeiros está frequentemente associada à instalação de monoculturas com espécies não indígenas, como o eucalipto.

- A poluição dos cursos de água - resultante de descargas de efluentes não tratados de origem industrial e urbana, a par com a intensificação da utilização de pesticidas e fertilizantes na agricultura


Lacerta schreiberi
Lagarto-de-água

A poluição resultante de descargas de efluentes não tratados de origem industrial, urbana e de unidades de pecuária, a par com fontes de poluição difusa devidas à intensificação da utilização de pesticidas e fertilizantes na agricultura, cria situações de elevada eutrofização do meio, com a consequente perda da qualidade da água.

Ameaças:

- A construção de barragens

- Os fogos florestais

- A implantação de infra-estruturas em áreas circundantes às linhas de água são apontadas como responsáveis pela destruição do habitat da espécie.


Lutra lutra
Lontra, Lontra-europeia

A destruição da vegetação ripícola - nomeadamente associada a acções de limpeza, extracção de inertes e aumento das áreas agricultadas – reduz as condições de abrigo nas margens, alimentação e segurança para a espécie.

Ameaças:

A poluição da água, seja qual for a sua origem



Galemys pyrenaicus
Toupeira-de-água

Todas as acções e actividades passíveis de provocar alterações significativas nos sistemas aquáticos e ribeirinhos e a sua desnaturalização constituem ameaças à conservação da Toupeira-de-água.

A construção de barragens é considerada a ameaça de maior magnitude e significância. A poluição da água, a destruição das margens e da vegetação ripícola natural e a destruição do coberto natural das encostas constituem também factores de ameaça muito significativos.



O local indicado pelo ponto vermelho é o único habitat para a Toupeira-de-Água no sítio do Carregal.
Este local é conhecido por Ponte da Atalhada.

Neste local muitos de nós aprendemos a nadar em perfeita harmonia com a natureza. A lontra estava lá, a toupeira-de-água também e os peixes nadavam em abundância ao nosso lado.

E agora sabem o que se faz todos os dias ilegalmente na Ponte da Atalhada?

Crimes ambientais para com todas as espécies existentes no Sítio do Carregal.
As autoridades competentes estão avisadas e nada fazem, porque será??!!

Será que não conseguem ver o que está bem visível para todos?
Ou será que não está??!!

pedreiras ilegais vista do espaço

Como podem não ver se até se vê do espaço!!!!

E o que nós temos agora na Ponte da Atalhada?
Toupeiras humanas que destroem um bem que pertence a todos.

Os afloramentos graníticos nas encostas dos vales do Mondego e Seia que servem de habitat para os Narcisos-do-Mondego são destruídos sem que existe sequer uma “licença para matar”.
Será que é aqui que pretende ensinar a nadar os seus filhos?
Ou será aqui que pensa fotografar uma Lontra ou uma Toupeira-de-água?
Julgo que não.

A jusante existe a praia fluvial de Pé Escuro com um belíssimo apoio de praia e que na época balnear se encontra com má qualidade da água – interdita a banhos.

Por isso é urgente parar com este crime ambiental

Aqui sabemos quem são as “Toupeiras Humanas” e podemos puni-las, obriga-las a repor as margens e socalcos, em suma para-las.

Não muito longe da Ponte da Atalhada no vale do Rio Seia existem mais “Toupeiras Humanas” mas estas são desconhecidas.
Mas nós estamos atentos e vamos descobrir quem são e denuncia-las.

Por isso é urgente parar com mais este crime ambiental

A destruição das margens, encostas dos vales dos rios e com a desflorestação provocada pelos incêndios leva à degradação na qualidade da água. “Este crime ambiental mais aquele crime” podem levar à destruição do meio ambiente com a consequências que todos conhecemos – a destruição da vida.


Para o próximo Plano Sectorial da REDE NATURA

A ERVEDUS propõe a catalogação de mais uma espécie.

Que considera ameaçada e que pode mesmo acabar por desaparecer

O HOMEM